terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Lições de 2013

Adeus 2013!   #VaiTarde
Lá se vai um ano azedo, difícil e porque não dizer: INEXPLICÁVEL, afinal não há palavras para descrever todos os acontecimentos, sustos e perdas dos últimos 365 dias!

Em 2013 eu aprendi duas coisas que quero compartilhar com você:
1º - Aprendi que devo estar sempre pronta para me despedir a qualquer momento.
2º - Aprendi que devo honrar o meu caminho

2013 foi marcado por difíceis despedidas e daí vem minha primeira lição: Estar sempre pronta para me despedir a qualquer momento.
Me despedir de um ente querido, de um cargo, de um amigo, de um objeto pelo qual tinha apreço, me despedir da casa que morei, da roupa que me vestia tão bem... Em 2013 entendi que a vida é um sucessão de despedidas, ninguém sabe o dia nem a hora, mas uma coisa é certa, a despedida virá. De fato é um benção ter/conviver com certas pessoas/objetos/espaços e situações por algum tempo (e devemos ter um coração agradecido por isso), mas precisamos ter a consciência de que tudo pode mudar.
A vida é como um grande espetáculo, nos deliciamos com os números apresentados, nos envolvemos e emocionamos mas no final a cortina se fecha e a despedida é inevitável, é fato que nem sempre concordamos com o final da trama, nem sempre concordamos com o momento escolhido para o término da história mas infelizmente ela acaba, portanto, cabe a nós aproveitar intensamente cada segundo, amar, abraçar, respeitar, suportar, compreender, ajudar pois a vida pode exigir que aprendamos a dar adeus cedo demais...
Percebi que diante da despedida é preciso se portar com coragem, sobriedade e fé, é fato que a despedida nos marca, num primeiro momento até nos fere, mas ela não é eterna, como quase tudo na vida a dor inicial é passageira e efêmera, portanto, olhar a vida apenas com os olhos da dor é um desperdício, afinal por mais que o céu esteja escuro é preciso compreender que ainda existe sol e por mais que a dor seja incessante é preciso ter fé para reconhecer que ainda há muito mais pra ser vivido.

A segunda lição do ano foi a respeito do caminho da vida, precisamos honrar o caminho que percorremos!
Fomos criados para trilhar nossa caminhada com dignidade, caráter, verdade, fé, coragem, mantendo sempre a ordem e a decência, sendo um auxiliador onde estivermos, sendo luz, resposta, sal, mantendo um proceder que demostre respeito a vida, ás pessoas e suas escolhas, agindo sempre com honradez.
Honramos nossa caminhada quando mantemos firme nossas convicções independente do local que estamos.
Honramos o caminho quando admitimos que somos de fato questionadores, e entendemos que ter mais perguntas que respostas é apenas um sinal de que se está sendo sincero consigo mesmo, e mesmos diante de tantos porquês ter a força de continuar prosseguindo.
Honramos o caminho quando somos livres das pessoas, quando não precisamos mais impressionar ninguém com declarações públicas e falácias superficiais.
Honramos nosso caminho quando aprendemos com nossos erros e temos a graça de ajudamos alguém com nosso acertos.
Honramos o caminho quando decidimos não perder bençãos, mesmo quando elas não estão embaladas da forma que pedimos.
Honramos o caminho quando nos desapegamos dos cargos e  das altas posições e nos apaixonamos pelo simples e trivial.
Honramos nosso caminho quando entendemos que a gratidão é um pré requisito pra ser feliz.
Horamos o caminho quando nos vemos onde queremos estar, antes mesmo de estar lá (FÉ)!
Honramos o caminho quando percebemos que estar com a razão nem sempre traz o melhor final.
Honramos o nosso caminho quando entendemos que fofoca é um veneno mortal.
Honramos o caminho quando paramos de vigiar a felicidade dos outros e decidimos construir nossa própria felicidade.
Honramos nossa caminhada quando decidimos amar e zelar por nossa família, mesmo sabendo que ela não é perfeita.
Honramos o caminho quando amamos aqueles que estão ao nosso lado, quando somos verdadeiramente gratos por aqueles que nos ajudaram, quando respeitamos a memória de quem um dia só nos fez bem.
Honramos o caminho quando preferimos prosseguir sozinhos com a verdade do que estar errado junto com a multidão.
Honramos o caminho quando amamos sem vergonha, sem pudor, sem medo de ser feliz.
Honramos o nosso caminho quando compreendemos que dependemos de Deus e mais ninguém, quando verdadeiramente reconhecemos que todas as coisas existem por causa, por meio d'Ele e para Ele!

A partir do momento que passamos a respeitar e honrar o chão que pisamos, este chão também passará a respeitar nossos pés. 
É nisso que creio, é isso que tenho aprendido e é nessas verdades e lições que pretendo me firmar nos próximos 365 dias que se iniciam!
Que possamos entrar em 2014 mais maduros, mais fortes e convictos de que podemos escrever uma linda história, este pode sim ser um ano absurdamente EXTRAORDINÁRIO! Meu coração está cheio de expectativas em Deus de que será um dos melhores anos da minha vida... Que assim seja pra nós todos!

Feliz 2014!

Mi

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Mais uma Vez

Que mesmo querendo partir, o Senhor me ensine a ficar.
Que o desafio de permanecer, persistir, lutar, andar mais uma milha seja encarado de peito aberto por mim dia após dia...
Que meu coração seja fortalecido e minhas forças renovadas
Que minha fé seja avivada e a esperança ressuscitada

Que a vontade de prosseguir seja maior que a de parar
Que minhas certezas sejam maiores que as dúvidas
Que a convicção tome o lugar do medo
E que minha esperança ressurja como o sol ao amanhecer

Que eu saiba perdoar e olhar o outro com compaixão
Que eu me permita dar ao outro uma segunda chance, a oportunidade de fazer diferente, a oportunidade que tantas vezes precisei.
Que eu tenha um coração pronto a servir e disposto a louvar sempre
E que a amargura que rodeia minha alma seja coberta pelo amor verdadeiro que vem do Pai.  

Que eu seja agradecida mesmo quando as coisas não caminham como espero  e que meus olhos nunca deixem de contemplar os grandes feitos celestiais.
Que sempre haja em meu coração uma canção de vida pra entoar e uma palavra de discernimento.
Que mesmo quando tudo disser Não; eu possa crer em dias melhores
E que haja em mim disposição para mudar, ceder e recomeçar quantas vezes for preciso

Que meus erros se tornem uma escada rumo ao aperfeiçoamento do meu eu
Que as arestas da minha vida sejam betumadas 
E quando eu estiver longe daquilo que devo ser, que meu coração saiba humildemente fazer o caminho de volta

Que eu tenha sabedoria suficiente para construir a minha história pautada no amor, no caráter, na sabedoria, na fé e acima de tudo (e mais uma vez) no amor...
Amor que tudo suporta, tudo vence, tudo espera e tudo crê!


E que mesmo querendo desistir, o Senhor me ajude a permanecer e tentar mais uma vez!


sábado, 7 de setembro de 2013

Silêncio: A melhor resposta

É impressionante a necessidade que temos de falar, a todo momento estamos tagarelando, seja para explicar, para convencer, vender, pedir, para nos justificarmos, para abençoar, comprar, para mentir ou omitir...
A fala é um presente de Deus, uma extensão daquilo que pensamos, dádiva divina que permite nos expressarmos de forma clara, sem rodeios, mas é também uma poderosa arma que quando mal utilizada pode ferir, denegrir, chocar e nos colocar em péssimas situações.
O grande problema é que com o tempo o ato de falar foi rebaixado, diminuíram seu valor, o tornaram tão comum que hoje  cada um fala o que quer, como quer, da forma que quer e com quem quiser sem se importar com as consequências, as pessoas não pesam mais o peso daquilo que será dito, falam apenas por falar, "gastam o seu latim" em qualquer situação, compram qualquer briga, ofendem, se justificam sem necessidade, discutem por qualquer razão... E nesse oceano de palavras vai ficando claro que o muito falar não é sinônimo de paz, de certeza, resolução ou transparência.
A realidade é que falamos demais, nos gastamos, empenhamos nossas forças em discussões que não nos levarão a lugar algum.
Diversas vezes não conseguimos discernir o momento certo de nos expressar, nos atropelamos na fala e no calor da emoção (seja ela boa ou ruim) exageramos no tom de voz, e de repente percebemos que perdemos a preciosa oportunidade de ficar calados...
E em quantos momentos nós simplesmente desobedecemos nossa razão (que pedia pra ficarmos quietos) e passamos a bradar nossas opiniões, realizar julgamentos e defender nossas posições como leões, sem necessidade alguma.
E quantas vezes nos arrependemos! Quantas vezes...
A grande verdade é que falar nos dá uma sensação de controle, enquanto falamos estamos no centro das atenções, sentimos como se estivéssemos nos posicionando dentro do problema, atraindo as soluções, direcionando o fluxo da situação... Mas nem sempre é assim, na verdade, em algumas situações nossas palavras só pioram as coisas, e nessa horas seria muito mais inteligente de nossa parte permitir que a vida se encarregue de justificar algumas ações, de trazer a tona as verdades, de desmascarar alguns mentirosos, sim, porque para algumas situações o tempo é melhor remédio!
E quando nos denigrem e inventam coisas sobre nós, o que fazer? Dependendo da situação e das pessoas envolvidas o melhor é se calar! Não é fácil, mas não dá pra ficar alimentando qualquer conversa, não podemos nos igualar ao fofoqueiro, ao mentiroso, ao acusador. Somos nobres, não podemos nos nivelar por baixo, acredite, para os maus nossas palavras serão como fermento para polêmica. 
Chega de gastar nossa força tentando nos defender a cada segundo, dissertando sobre qualquer assunto, tentando persuadir a todos, esse esforço diário faz mal pra nossa saúde física, espiritual e mental!
Precisamos nos desarmar, nos despojar das respostas prontas, do falar altivo, da necessidade desenfreada de se justificar e explicar, precisamos abandonar essa síndrome que nos leva a falar sobre tudo com todos. Quem disse que pra dizer algo é preciso falar? 
Chega uma hora que cansa, cansa ter que ficar repetindo as mesmas coisas, cansa ter que dar resposta pra tudo, cansa ter que pontuar cada detalhe, cansar tentar explicar a versão certa de determinada história... Cansa falar, especialmente em algumas situações e com algumas pessoas!
Se nossa vida não explicar, se nosso caráter não falar, se nossa postura não convencer acredite não serão nossas palavras que farão diferença!
Não estou dizendo que todos devem simplesmente se calar diante das situações da vida, eu não sou assim, na verdade eu amo falar (hehehe), mas tenho aprendido o valor do silêncio, tenho reconhecido o seu poder e entendido que o desafio não está em simplesmente não falar, mas sim em falar na hora certa, como está escrito:
"como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita na hora certa" (Provérbios 25.11).
Precisamos aprender o valor do nosso silêncio, e se a oportunidade de falar nos for dada que isso seja feito da forma mais sábia e ponderada possível, afinal nossas palavras são decretos, documentos que ecoarão pela eternidade.. E isso pode prolongar ou diminuir os nossos dias.
O silêncio é ouro! Em muitos momentos o silêncio é a resposta, o recomeço, ele também pode ser símbolo de respeito e temor, o silêncio pode ser uma estratégia pra não errar, um sinal de paz, um descanso em meio a guerra.
Somo aquilo que falamos, isso é fato, mas somos definidos também pela nossa capacidade de silenciarmos diante de algumas situações.
E vamos combinar, em quantas situações as palavras são dispensáveis...
Quando alguém chora a morte de um ente querido, um abraço acolhedor vale mais que palavras.
Quando um amigo quer desabafar, um ouvido atento é suficiente.
Quando se quer dizer eu te amo, um olhar intenso vale mais que mil palavras.
Talvez parte da maturidade esteja no silêncio...
Nada de falatórios inúteis, discussões e explicações... Tá na hora de sermos superiores com o nosso silêncio!
Entenda, silenciar também é dizer.

Musiquinha pra acalmar a alma!  ;)


"E o que me faz bem
É o amor que me refaz
Que me leva além
Sol que brilha sempre mais..."

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Pra frente


A vida é um caminho pra frente.

Li essa frase essa semana e de alguma forma ela mexeu comigo, talvez por ser uma dura verdade.

A vida é feita de passos certeiros, nela não há volta, nem meio termo, simplesmente porque neste caminho o tempo não para, não se mistura, nele o passado fica sempre para trás; o presente é sempre agora e o futuro ainda virá, mas uma coisa é certa, nada será como antes, e tudo pode ser melhor com a chegada do amanhã.

E nesse caminho que só avança a vida se encarrega de ir nos moldando, nos apresentando novos gostos, cheiros e cores, nos permitindo ter novas sensações, nos dando a oportunidade de rever conceitos, de amar e expressar o amor de formas diferentes, de se doar mais nas relações; ela também vem recheada de cenas tristes, escolhas duras, partidas inevitáveis, dúvidas cruéis, sentimentos confusos... Mas é nesse turbilhão de emoções e situações que a vida vai nos configurando, nos aprimorando; e de repente a gente olha pra dentro e percebe o quanto mudou, o quanto cresceu, o quanto perdeu, o quanto evoluiu e o quanto precisamos correr atrás do tempo perdido.

E talvez essa seja a grande graça e o grande dissabor da vida:  a certeza de que tudo é mutável, a convicção de que em 1 segundo tudo pode mudar, que algumas oportunidades passaram e nunca mais voltarão, que algumas marcas serão pra vida inteira, que amanhã podemos recomeçar tudo de novo se quisermos, e abraçar novos sonhos, novos alvos... Porque uma coisa é fato, mesmo em meios ás perdas nada está terminantemente perdido, acabado ou consumado, enquanto houver fôlego de vida há oportunidade de conquista e de recomeço.

Tem dias que fecho os meus olhos e imagino o Criador bradando: "Viva, viva agora, se lança neste dia que eu fiz, agarra a oportunidade, prossegue porque o caminho é pra frente, não desanima Eu vou contigo."

E é esse convite diário, essa certeza de que há mais nesse caminho que me motiva a prosseguir, e claro, assim como pra você a maioria dos meus dias não são fácies mas tenho buscado fazer do meu hoje meu maior presente, sabe, cheguei num tempo onde decidi abrir mão dos meus "achismos", do meu "será" para viver o hoje, sem peso, entendo que o caminho é pra frente, e não adianta, algumas das minhas perguntas nunca terão respostas (pelo menos nessa terra), algumas oportunidades nunca voltarão, alguns sonhos não se realizarão... Mas há dentro de mim a convicção de que há outras coisas lindas para se viver, o caminho prossegue cheio de surpresas boas, novas amizades e oportunidades. 

Fiz uma promessa a mim mesma, não vou desperdiçar mais nenhuma oportunidade de dar uma boa gargalhada, de conhecer novas pessoas, de ir a novos lugares, de escutar o outro mesmo que ele pense muito diferente de mim, sim, vou me permitir ouvir seus argumentos, ponderar suas posições e refletir seus sentimentos com mais intensidade. Quero deixar de idolatrar conceitos e me lançar na experiência pessoal, não quero mais ver as pessoas e a vida pelos olhos dos outros, quero estabelecer minhas próprias experiências, ter minhas próprias sensações e impressões, não quero ser um papagaio que repete qualquer coisa, quero ser voz, ser pensante e experimentado, portanto vou me permitir mais!
  
Uma hora, esse caminho que é pra frente, nos mostra que por diversas vezes nessa jornada perdemos a oportunidade de crescer por desvios intelectuais, emocionais, religiosos, financeiros, e porque não dizer morais... Nossa, e quanto tempo perdemos? Criticando os outros, e sofrendo com as criticas que recebemos, idolatrando relações, esperando honra e respeito de que não tem (e não se engane, ninguém pode dar aquilo que não tem), sofrendo por ciúmes, nos agarrando ás circunstâncias... Perdemos porque nos preocupamos demais com aquilo que no fim não nos acrescentaria em nada, perdemos porque compramos brigas que não eram nossas, perdemos porque decidimos quebrar cabeça com assuntos já acabados, perdemos porque olhamos mais para nossas feridas do que para a cura, perdemos porque muitas vezes decidimos não lutar nossas guerras, perdemos porque nos acostumamos com o medo. Perdemos.
Como diz o J.B Carvalho "Pare de falar (e viver) de assuntos que lhe paralisam. Vira o disco, muda de fala, quebre a vitrola". Se necessário for, façamos isso.

Nesse caminho que é pra frente a gente aprende que a velocidade não é tão importante, na verdade, na maioria das vezes ir devagar é o que dá sabor aos momentos... Ler um livro com esmero e voltar várias no mesmo paragrafo só para captar o máximo da sua essência, abraçar o outro com leveza deixando de lado a etiqueta do tempo e encaixar sua cabeça entre o ombro e o pescoço da pessoa afagando as suas costas delicadamente, saborear um novo prato encarando cada garfada como um objeto de estudo, acordar aos poucos se dando o luxo de poder ficar mais 5 minutinhos debaixo da coberta... Delícias cotidianas que fazem a vida valer a pena e por isso precisam ser bem apreciadas.

Que na finitude do hoje possamos de fato viver plenamente, com temor e amor, com suor e trabalho, com fé e graça... Jogando fora todo lixo emocional, aprofundando nossos alicerces naquilo que é bom, perfeito e agradável e nos dando a oportunidade de ser feliz agora. Tomara que não demoremos muito tempo pra entender que a vida não é um ensaio, ela já é a arte final! Sim, vamos errar e cair muitas vezes, mas o importante é que precisamos caminhar sabendo que ainda não somos quem deveríamos ser mas tendo a certeza de que somos muito melhores do que antes...

Não tenha medo de sua vida terminar, tenha medo de que ela não comece. 
Viva hoje! Viva agora, pois o caminho é pra frente, sempre!


domingo, 31 de março de 2013

A Dor da Morte


Nestes meus 27 anos de vida eu já passei por diversas estações algumas amargas, outras doces, vivi tempos de guerra, de paz e de desertos; nesta pequena jornada diversos sentimentos já brotaram no meu coração, milhares de pensamentos, argumentos, dúvidas... Mas posso dizer sem dúvidas que uma das coisas que mais mexeu e mexe comigo é o enigma da morte.
Posso afirmar que de todas as sensações que já experimentei o luto é uma das piores, se não for a pior, afinal a morte nunca anda só, ela sempre vem acompanhada de dor, questionamentos, saudades e uma pitada de tragédia, afinal ninguém está preparado para morrer ou enterrar alguém. 
Me assusta o quanto a morte é misteriosa e como nós humanos não possuímos nenhum controle sobre nossas próprias vidas, hoje estamos aqui e amanhã podemos ser pó. O fato é que diante da morte fica evidente nossa fraqueza e impotência diante dos mistérios insondáveis desta vida, diante da morte nossas certezas perdem a direção, nossos sonhos se paralisam e nosso coração sangra.

A morte chega de mansinho, calada exigindo tudo de nós, meros mortais...
Ela vem nos imobilizando, levando o suspiro de vida dos mortos e arrancando um pedaço da vida dos vivos...
A morte exige atenção, exige luto e acima de tudo exige tempo, tempo para ser processada, engolida, digerida; creio que os dias após a morte são piores do que o dia da morte propriamente dita, afinal o pós-morte torna a ausência quase que palpável e transforma o choque inicial em ferida aberta...
Quão pequenos e imaturos somos diante deste tão grande mistério... Afinal nossa mente não consegue aceitar que quem se foi está na eternidade, reinando junto ao Pai, lugar onde não há dor, choro, dívidas, preocupações... Aquele que se foi está reinando com o Senhor, em outra dimensão e encontra-se no melhor lugar que alguém pode estar, nos braços do Pai! Mas diante da nossa pequenez e dor prosseguimos com pena, pois quem se foi ainda tinha tanto pra viver, choramos pelos sonhos não realizados, pela falta, por não podermos mais abraçar e beijar... Mas como podemos comparar a vida nesta terra com a vida do céu? Como podemos comparar as conquistas desta terra com as conquista do céu?
A verdade é que por mais que tentemos ser "espirituais" nos faltam forças para administrar a saudade e a dor... Só quem perdeu sabe o buraco que fica! E aí entra a necessidade de se viver o luto, de chorar todas as lágrimas... Isso é importante pra mente e pro coração, é preciso lamentar a ausência antes de acostumar com ela...

Mas como prosseguir diante do vazio, dos planos não concluídos? Como vislumbrar cores num céu fechado? Como enxergar o sol no meio da tempestade? Somente Deus com sua graça e misericórdia é capaz de nos reerguer diante da dor e da perda... Afinal o que nos resta após a morte?
A grande verdade é que nos resta uma vida inteira pela frente... Uma vida cheia de saudades, que precisará ser reconstruída dia após dia, nos resta a lembrança linda de quem se foi, nos resta o eterno agradecimento a Deus por ter nos dado o presente de ter convivido com aquele que já se foi! Mas o fato é que ainda nos resta uma vida pra ser vivida!
Talvez não sejamos feitos pra entender a morte, pelo menos nesta terra... Talvez precisamos encarar a morte como o intervalo de um jogo, e crer que já já encontraremos nosso ente querido ali no 2º tempo da partida, não, isso não é fácil... Ninguém disse que seria, mas talvez a morte seja uma imposição da vida.

A verdade é que a morte carece de uma olhar mais profundo que o convencional... Ela vem carregada de conceitos, formas, mensagens que nos mostram que nossa vida precisa ser mais profunda, mais carregada de significados. Diante da morte fica claro que não nos convém viver de forma rasa, simples, sem propósito... A morte é um convite ao aprofundamento, aprofundar nos relacionamentos humanos, na relação com Deus!
A morte é um aviso da vida nos pedindo pra sair da margem, sair do contexto raso que muitas vezes nos acostumamos,é tempo de profundidade, tempo de ir para as águas mais profundas... A morte é a Vida gritando que não podemos nos acostumar ás estruturas da superfície!
Não há outra vida para vivermos, ou somos profundos aqui, amamos aqui, honramos aqui, conquistamos aqui, ou nunca faremos...
Diante da dor da morte damos valor ás miudezas que antes passavam desapercebidas: o abraço, o beijo, o sorriso, a presença rotineira, as conversas bobas, as manias... Diante da morte tudo se torna pequeno, sem importância, pois a morte nos força a ampliar nossa visão... É impressionante como existem detalhes e delícias que percebemos diante do gélido muro da morte!
A grande verdade é que ninguém saí ileso diante da dor da morte! Todos sofrem, todos aprendem, todos refletem... Talvez seja esse o grande papel da morte, nos ensinar a dar valor ao que verdadeiramente é importante.

Se a morte é uma exigência da vida cabe a nós aprendermos as lições, juntar os cacos que sobraram e reconstruir, se reinventar, nos lançarmos numa vida mais enraizada na Verdade, carregada de profundidade e de detalhes.
Que a morte nos faça mais forte, nos impulsione a crescer, nos faça mais humanos, mais sensíveis e mais sábios... Que a vida de quem foi seja exemplo, seja saudade, seja certeza de que depois dessa vida ainda há muito mais...

Texto em homenagem ao meu primo querido Mellky Jhonny

"Leva meu coração que eu fico com o seu. Eternamente. Até o dia em que a vida nos reabraçar. Fique com Deus, meu primo. Dê um beijo N'Ele (Deus) por mim" 
(Pafraseando Pe Fábio de Melo - Livro: É Sagrado Viver)




domingo, 17 de fevereiro de 2013

Família: Um delicioso desafio

De todas as coisa que eu amo posso afirmar sem sombras de dúvidas que minha família está no topo da lista!
Somos uma família pequena, mas assim como todas as outras temos nossos próprios desafios diários de convivências... Juntos nós rimos, fazemos almoços deliciosos, damos faxina em casa, cantamos bem alto só pra irritar o outro, comentamos as reportagens do jornal, esperamos pra ver quem vai se disponibilizar pra lavar a pia cheia da louça suja, pegamos o pertence do outro e esquecemos de entregar, descobrimos o segredo um dos outros e na hora da raiva até ameaçamos contar mas por amor e respeito o guardamos sob sete chaves, apontamos enfaticamente nossos defeitos e logo depois nos abraçamos exaltando as nossas qualidades; pagamos sapos uns aos outros, mas aí de quem vier falar mal de um dos nossos pra nós!
Nos amamos, nos arranhamos e nos curamos, aqui por quase tudo se briga, porém a todo momento nos curamos, nos aperfeiçoamos e prosseguimos.
Me choca hoje em dia ver tantas pessoas dando as costas pra família... Não, NENHUMA família é um mar de rosas, afinal o ser humano é complexo, difícil, intransigente e claro que a convivência traz a tona muitas vezes o "pior" de nós, mas a vida tem me ensinado que TUDO passa, os amigos, as festas, os admiradores e quem vai permanecer e prevalecer ao nosso lado é a família.
Para mim família não é sinônimo de perfeição mas sim de amor e aperfeiçoamento, ela é a escola que nos molda, é o carinho que tudo supera, a palavra dura que nos mostra a verdade, fidelidade que não falha, é o amor que não se acaba, é abraço que acolhe, cuidado que permanece... Quando todos se vão a família permanece, nem sempre entendendo nossas ideias ou concordando com nossas reações mas sempre nos  amando incondicionalmente!
Ás vezes família é proteção que machuca, verdades que assustam, convivência que discorda, mas acima de tudo isso permanecem os laços eternos do amor e consideração, família é isso, um intenso desafio, uma prova diária de resistência... Família é o nosso coração batendo do lado de fora do peito.
Família não é um acidente da natureza, é projeto do Criador, sonho de Deus na terra, manifestação de amor, desafio, superação, unidade e graça, família é extensão, continuidade, caminho de sentimentos nobres, trilha de desafios, afeição que não morre... Portanto ame sua família, zele por ela... Honre seus pais enquanto há tempo, e honre até nas pequenas coisas, sirva um copo com água quando ele tiver sede, ajude-o quando perceber que ele está impaciente, abrace todos os dias! Ame seus irmãos, dê conselhos, proteja-os das ciladas da mocidade, ame como quem ama um filho!
Tem gente que morre por um time, considera mais os amigos que a família, respeita mais o chefe do que os pais, aconselha e passa mais tempo com colegas do que em família... Ok, isso é escolha, mas acredite a  vida vai cobrar cada uma delas. 
Sinceramente eu preciso melhorar, minha família precisa melhorar e muito, estamos longe demais de ser um modelo familiar a ser seguido mas o que não posso (o que nós não podemos) é desistir da nossa gente, do nosso lar, abrir mão de aprender e de amar acima dos erros e discordâncias.

Eu só sei que amo, ás vezes sem compreender, ás vezes com raiva rsrs, mas não abro mão de estar em família e peço a Deus que nos dê a capacidade de amarmos acima de tudo hoje e sempre!


sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Felicidade na Timeline


Eu desconfio dessa felicidade tão estampada, tão amostra, tão disponível a qualquer um, eu desconfio desta alegria sem fim que as pessoas costumam enfatizar milhares de vezes nas conversas rotineiras e nas redes sociais... Creio que a verdadeira felicidade se contenta com o ser feliz! Não é preciso ficar afirmando-a a cada instante.
Às vezes tenho a impressão de que as pessoas querem provar umas para outras o quanto são plenas e realizadas, é como se o outro fosse obrigado a engolir sua alegria... A cada dia mil frases, várias fotos, comentários bobos, curtidas superficiais, e retwittadas com um só objetivo: Mostrar uma vida perfeita, longe dos desertos e aprendizados impostos a todos, e assim caminhamos rumo a uma vida de aparências, vazia e apequenada.
E hoje, olhando um determinado perfil, ao ver uma nova sequência de 11 fotos de alegria e conto de fadas eu me perguntei: Será que a vida dessa pessoa é sempre assim? E imediatamente meu coração respondeu: NÃO. Simplesmente eu não acredito nisso, a vida não pode ser essa festa constante, um desfile vazio de aquisições, uma vitrine de conquistas "milagrosas", a vida não pode e não é só isso.


Mas o que mais me intriga é a necessidade de sempre expor, seja um prato de comida ou carro novo tudo é jogado na internet... Aí eu me pergunto: Que felicidade é essa que precisa ser reafirmada? Que alegria é essa que precisa ser constantemente estampada? Que vida perfeita é essa que precisa ser diariamente aclamada e adorada na boca dos outros?
A vida é feita de etapas, escolhas, perdas, conquistas, obstáculos, pódios, renúncias e sacrifícios. Isso sim é viver, e quem só demonstra dias de festa na verdade não vive, se ilude...  
O que de fato me incomoda é essa pintura forçada de felicidade perfeita!
Só pode ser feliz quem já sentiu a infelicidade, só pode ser grande quem já venceu suas próprias guerras, só pode entender a alegria quem já passou por um punhado de tristeza, só sabe dar valor quem um dia teve que sacrificar para conquistar.
Não me venha com frases prontas, fotos ensaiadas e discursos inflamados... Não venha me vender uma vida de mentiras. Cansei de tanta superficialidade, tanta perfeição, tanta primavera inventada!
Não estou incentivando que as pessoas devam expor sua infelicidade ou suas mazelas na internet e também discordo deste tipo de comportamento, mas não posso abraçar a mentira da felicidade instantânea e eterna na  internet como algo saudável ou verdadeiro... Não sei se esse tipo de coisa só acontece comigo mas  no meu facebook e twitter tem muita gente vendendo conto de fadas nas suas postagens! E me perdoe se estou sendo muito ácida (e hoje eu estou só um pouquinho rsrs) mas para mim uma vida feliz não acontece simplesmente, ela é construída!
Feliz é aquele que se reconhece em meio às fraquezas, que pede ajuda, que escuta o próximo, que duvida, mas acima disso crê... Feliz é aquele que não se deixa morrer em meio as lutas, que ama o próximo quando ele menos merece. Feliz é aquele que olha pra dentro com sinceridade e pra frente com esperança!
O que mais me irrita é saber que quem se exibe e vive arrotando alegria, sabedoria e requinte na internet acaba sendo tão raso na vida real... Não sei mas parece que falta conteúdo, ao vivo essas pessoas são rasas, superficiais, possuem um vocabulário pobre, só sabem falar de marcas e festas, medem os outros apenas por aquilo que possuem ou pela vida social que demonstram na rede, não possuem laços profundos com ninguém (apesar de ter mais de 1.000 amigos no facebook) e sempre, sempre querem se sobressair em tudo... E de repente você percebe que o bam bam da internet na vida real é raso, oco, seco, apequenado e medíocre! 
Creio que a vida REAL é um livro de páginas em branco e a cada dia escrevemos um capítulo, neste livro podemos escolher dois caminhos: o SER ou o TER.  Podemos TER: viver para juntar coisas e fazer poses elegantes, levantar um tesouro físico esplêndido para exibir aos outros, viver rodeado por pessoas que só estão conosco até fim da festa, ter uma vida “montada” sem grandes aprendizados e laços fortes... Ou podemos SER: ser gente de verdade, amar, perder, lutar, se dispor a aprender e conquistar, ser aprendiz, ser humilde... Mas nas redes sociais o único mundo que atualmente existe é o TER, e pasmem, para alguns este é o único mundo que existe! Que pena... Há tanta vida lá fora!
Tenho convicção de que a verdadeira felicidade não é sobre quem grita mais alto ou sobre quem se expõe mais... A verdadeira felicidade é sobre luta e conquista, é sobre quem tem equilíbrio e sabe saborear suas vitórias reconhecendo que nem tudo precisa estar na timeline, a felicidade está na vida real!
Fica então um aprendizado e uma dica seja para a internet e para a vida: Felicidade é questão de SER e não de ter!
Escolha certo, escolha SER melhor e siga em frente...



P.S: Amo redes sociais, acho a internet incrível, tanto que sou e continuarei a ser assídua neste mundo MARA, rsrs. Mas repudio essa geração que acha que a vida é um conto de fadas virtual! O mundo está do lado de fora... Não podemos só interagir virtualmente, mas precisamos construir de fato a nossa história!